quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A FILHA REBELDE - JOSÉ PEDRO CASTANHEIRA


O LIVRO
José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, jornalistas do Expresso, publicaram em 2002 uma reportagem sobre Annie Silva Pais, filha única do director da PIDE, que aos 30 anos de idade, decorria o ano de 1965, protagonizou um escândalo ao abandonar o marido, a família, os amigos e o país para se entregar à revolução cubana. Desaparecida durante três meses, o regime de Salazar teme que tenha sido raptada para ser utilizada como arma no contexto da luta anticolonial. Quando se volta a saber dela, Annie está enamorada do médico pessoal de Fidel Castro, revela uma ardente paixão por Che Guevara, e estabelece uma prolongada relação com o ministro do Interior, José Abrantes, que há-de morrer numa prisão de Havana. Tradutora e intérprete de Fidel, Annie só regressa a Portugal após o 25 de Abril, para ir visitar o pai à prisão de Peniche. Trabalha na 5.a Divisão do MFA durante o Verão Quente de 1975 e morre em Cuba em Julho de 1990, vítima de cancro.Esta reportagem valeu a José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz o Grande Prémio Gazeta de 2002, o principal galardão de jornalismo concedido em Portugal. E é esta história intensa, carregada de drama, que agora se publica em livro, onde se incluem novos e surpreendentes pormenores sobre a vida de Annie e uma biografia absolutamente inédita do major Silva Pais, o último director da polícia política da ditadura.
O AUTOR
José Pedro Castanheira, conhecido jornalista do semanário "Expresso" com vários livros publicados - o mais recente dos quais é "A Filha Rebelde", escrito em parceria com o jornalista Valdemar Cruz - inscreveu-se no princípio do ano na SPA. Fomos saber se tinha sido na sua qualidade de jornalista ou de escritor."Considero-me apenas jornalista. Acontece é que faço trabalhos jornalísticos em vários suportes - e o livro "A Filha Rebelde" (que conta a história fantástica da filha do major Silva Pais, director da Pide, que foi para Cuba e se apaixonou por Che Guevara) é disso um exemplo. A história apareceu primeiro no Expresso, e por esse trabalho o Clube de Jornalistas atribuiu-nos o 'Prémio Gazeta' "."Dada a sua longa carreira porquê só agora se inscreveu na SPA?""Bom, a verdade é que até agora não tinha sentido necessidade de utilizar os serviços da SPA, uma vez que nunca tive problemas com os editores com quem trabalhei. Entretanto apareceu-nos, a mim e ao Valdemar, uma proposta na área da televisão e do cinema que, apesar de muito interessante, nos suscitou algumas dúvidas. Daí o recurso à SPA, para nos dar uma ajuda na área dos direitos de autor. Como era necessário que pelo menos um de nós se inscrevesse na Cooperativa, fi-lo de imediato e a resposta que obtivemos foi rápida e de grande eficácia. Digo-o abertamente: estou muito satisfeito"."O recurso à SPA tem apenas a ver com a tal proposta?""Não. Muito possivelmente passarei a recorrer à cooperativa devido ao facto de os direitos de autor dos jornalistas, e falo só no que toca à minha profissão, não serem minimamente respeitados na NET. Hoje toda a gente utiliza os nossos trabalhos na rede sem autorização e sem qualquer benefício para os autores. Ora, entendo que é preciso estabelecer regras de jogo nesta anarquia reinante na NET - por muito salutar que tal anarquia possa ser. E sozinhos, individualmente, não vamos lá. A SPA tem aí um grande, um enorme trabalho a desenvolver para defender nesse meio os até agora tão desprotegidos direitos de autor dos jornalistas".

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