quarta-feira, 14 de março de 2012

ARA - ACÇÃO REVOLUCIONÁRIA ARMADA - RAIMUNDO NARCISO

O livro de Raimundo Narciso, ARA – Acção Revolucionária Armada: A História Secreta do Braço Armado do PCP, não é um livro de teoria política, nem um ensaio histórico, nem um romance, nem um livro de memórias. Mas é um pouco de tudo isto ao mesmo tempo, e nessa característica reside muito do seu mérito.
A sua estrutura baseia-se no relato das acções operacionais da ARA, realizadas entre Outubro de 1970 e Agosto de 1972, apresentadas por ordem cronológica: navio Cunene; Escola Técnica da PIDE; carregamento de armas para a guerra colonial no Cais da Fundição; Centro Cultural Americano; Base Aérea de Tancos; corte de comunicações e de electricidade ao Conselho do Atlântico Norte; Comiberlant; navio Muxima; Operação Curto Circuito, de corte de energia eléctrica em vários pontos do país, para boicotar a última posse de Américo Tomás. Além dessas, caracterizadas por uma impressionante eficácia, uma operação falhada - aquela que deveria ter sido a primeira - curiosamente também contra instalações da NATO.
Esta narrativa emocionante é entremeada, nos capítulos pares, pela história da difícil criação de condições, entre Junho de 1964 e Setembro de 1970 (!), para que a ARA viesse a realizar a sua missão revolucionária: desde a decisão tomada pela direcção do PCP de incluir na acção política dirigida ou coordenada pelo partido as acções armadas ou “especiais” contra o regime fascista e colonialista, até à selecção, recrutamento, organização, formação e logística dos quadros, passando pela obtenção e guarda dos meios materiais e técnicos (avulta aqui um corajoso e bem sucedido assalto a um paiol civil de explosivos, e a descrição das infra-estruturas logísticas da organização).
Ao longo de todos os capítulos, e à medi da que intervém nos acontecimentos são-nos dadas eficazes apontamentos biográficos e/ou registos de impressões pessoais sobre as pessoas de carne e osso que, com tantos riscos, provações e engenho se lançaram nesta aventura humana e conseguiram pôr em prática tão importantes acções de guerrilha civil contra a ditadura fascista. Num anexo são publicadas as notas biográficas e fotografias da maior parte dos heróis e heroínas desta história. Um pequeno número não autorizou a identificação, sendo por isso utilizado pseudónimo; e faltam algumas fotografias de pessoas identificadas, nalguns casos, como deve ser o de Jaime Serra, por não terem querido fornecer uma foto actualizada.
Há figuras centrais, pelo papel que tiveram nos acontecimentos e pela consideração que o narrador tem por elas. Mas todas são referidas com o que parece ser um enorme escrúpulo de não minimizar o papel de ninguém e com um grande respeito humano. É ainda publicado o Organigrama da ARA e uma listagem das operações com a indicação minuciosa do papel de cada um: direcção da execução, execução, apoio à acção, reconhecimento. E feita uma referência ao papel das mulheres que intervieram em actividades de apoio e na preparação de acções armadas, em tarefas técnicas e nos reconhecimentos (aqui até uma criança acompanhou várias vezes os pais, enquanto uma outra seria envolvida na prisão dos pais pela PIDE).
Raimundo Narciso não se coloca a si próprio no centro dos acontecimentos. Leva a sua modéstia ao ponto de se incluir sempre numa ordem hierárquica (ele era só o número três do “Comando Central”...) mesmo quando se pode imaginar que o principal papel foi o seu. Num certo momento, quando se dirige para o apartamento que albergava Ângelo de Sousa, supondo que a PIDE já o tivesse sob vigilância e assumindo por isso um alto risco, Raimundo admite não ter questionado a ordem de Jaime Serra no sentido de ser ele a executar a "tarefa" pelas mesmas razões que legitimavam as ordens que ele próprio dava aos operacionais. Sem prejuízo da modéstia, não esconde o seu orgulho pelas proezas tecnológicas que, com meios artesanais, conseguiu realizar usando relógios de contrabando, pilhas secas e complicados circuitos eléctricos…
Eis um grande mérito do livro: dar nomes e existência concreta aos militantes revolucionários. Fazer uma história de pessoas e não só de entidades colectivas e abstractas: o partido, a classe, o povo, etc. Por em evidência o indivíduo face ao colectivo. É importante que os nomes de quem lutou desinteressadamente pela liberdade do seu país passem a ser conhecidos de todos. Vale isso mais do que as condecorações a pataco.

José Barros Moura


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ÁFRICA, A NEPAD E O FUTURO - FÁTIMA ROQUE


O LIVRO
Este livro "é o clamor da voz de uma africana…que faz uma radiografia dos grandes problemas políticos, económicos e sociais de África", quem o diz é Joaquim Chissano um dos três colaboradores desta obra, que conta com prefácio de António de Almeida Santos e com "Uma Visão de África" de Onésimo Silveira. Dividido em sete capítulos este livro apresenta as linhas mestres que poderão permitir uma mudança em termos politico-sociais e institucionais na África Subsariana.
É uma obra interessante que brilha pela forma como está apresentada e que permite ao leitor um esclarecimento de quais os grandes desafios que esta região do mundo terá que enfrentar nos próximos anos. Desafios esses que só serão ultrapassados se existir, segundo a autora, uma visão estratégica que para ser concretizada passa, entre outros factores, pela satisfação dos objectivos-chave da NEPAD, no âmbito da União Africana (UA). Usando as palavras de Fátima Roque, ao longo deste livro "reflectiu-se não só sobre a África que sofre e que morre todos os dias um pouco, mas analisou-se especialmente a África que vive e luta, aquela que acredita num futuro diferente…"
A Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) surge como uma visão estratégica do continente, após o programa frustrado do Plano de Acção de Lagos (1980), proposto pela Organização da Unidade Africana (OUA).
A AUTORA
Fátima Roque nasceu em Luanda em 28 de Fevereiro de 1951. Licenciada em Economia pela Universidade de Luanda. Tem um mestrado e um doutoramento em Economia Internacional pela Universidade de Witwatersrand. Vive em Lisboa e é professora na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.
Dispõe de um vasto número de artigos publicados, nomeadamente no que se refere ao seu trabalho académico, e ainda de estudos de natureza política relacionados com esta componente da sua actividade.
Elaborou alguns estudos nas áreas de Economia Internacional. Economia do Desenvolvimento e Econometria, tendo participado em Seminários e Congressos em vários países.
É autora de várias obras, como:
Economia de Angola (1991).
Democracia Económica em Angola (1991)
E outras.

SÓ ACONTECE AOS OUTRO - MARIA ANTÓNIA PALLA


O LIVRO
"Conceição Massano Santos, vinte e dois anos, casada, mãe de uma filha de dois anos, vai ser julgada em 3 de Julho de 1979, no 1º. Juízo Criminal de Lisboa, por ter abortado há 3 anos, quando ainda era solteira e estudava na escola de enfermagem de Portalegre."
......
No 1º. juízo Criminal de Lisboa, joga-se a sorte de uma família. Mas, mais do que isso, a esperança de uma boa parte da população que acreditou e continua a acreditar que «tudo vai para melhor».
.....
«Quando é que os partidos em quem a gente votou mudam esta lei ?»
A pergunta foi feita na Aldeia dos Fernandes. Quem lhe dará resposta ? "
Junho de 1979
Extraído de Só Acontece aos Outros / Maria Antónia Palla
A AUTORA
Maria Antónia Palla nasceu no Seixal em 10 de Janeiro de 1933.
Aos quatro anos, foi viver para Lisboa, mas até aos 10 anos regressava ao Seixal frequentemente para férias.
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras de Lisboa.
Em 1968, entrou para o “Diário Popular”, sendo uma das primeiras mulheres a integrar uma redacção, com tarefas indiferenciadas. Trabalhou depois em diversos jornais, revistas e televisão, nomeadamente no “Século ilustrado”, “Vida mundial” ANOP (Agência de Noticias), “A capital” RTP, tendo cessado a actividade profissional activa como chefe de redacção da revista Máxima.
Antes do “25 de Abril”, como jornalista e no quadro das actividades da Oposição Democrática, empenhou-se na defesa da liberdade da informação e pugnou pelos Direitos das Mulheres, acção que prosseguiu após 1974. Foi membro eleito do Conselho de Imprensa e foi a primeira mulher eleita para Vice-Presidente do Sindicato dos Jornalistas, depois de ter presidido o Conselho de Deontologia do mesmo sindicato. Foi fundadora e presidente da Liga dos Direitos das Mulheres.
Entre 1974 e 1976, manteve, com a jornalista Antónia de Sousa, um programa quinzenal na R.T.P., “Nome-Mulher” que inventariou e debateu os problemas da “condição feminina” e registou as acções mais representativas das lutas das mulheres no período revolucionário.
Nos últimos anos, na decorrência da linha de pensamento que norteou a sua vida, pautada pelos valores da liberdade, igualdade e solidariedade, tem-se dedicado aos problemas africanos, sendo membro da direcção do “Forum Português para a Paz e Democracia em Angola”.
Foi Presidente da Caixa de Previdência dos Jornalistas (1997-2007), tendo sido a primeira mulher a exercer esse cargo.
Tem publicados os seguintes livros: Revolução, meu amor (1969) da Editora Prelo - apreendido pela PIDE/DGS; Só Acontece aos Outros – crónicas de violência (1979) da Editora Bertrand, A Condição Feminina (1989) da Imprensa Nacional; Seis Portuguesas em Terras da Unita (1989) da Editora Bertrand. Colaborou em inúmeras publicações e participa regularmente em seminários, colóquios, conferências.
A 25 de Abril de 2005 foi agraciada pelo Presidente Jorge Sampaio, com o grau de Comendadora da Ordem da Liberdade.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

SECTOR DOS TRANSPORTES - Uma perspectiva energética e ambiental - JORGE FONSECA NABAIS


O LIVRO
Sector dos Transportes - Uma perspectiva energética e ambiental
A perspectiva energética e ambiental abordada nesta obra, parte de uma metodologia muito peculiar, transportando-nos de uma análise macro para uma análise sectorial dos Transportes, com ênfase no modo rodoviário, culminando nos veículos, sua evolução, recente e futura, em função das Directivas da União Europeia, e nos combustíveis/tipos de propulsão possíveis e mais promissores. Entre outros aspectos, é também focado o papel da função Manutenção, que é determinante na redução dos consumos energéticos e das emissões.
Esta obra é acompanhada por um CD-ROM que contém cerca de 1400 diapositivos, apresentados de uma forma didáctica e rigorosa, que complementam e aprofundam os temas expostos no livro, e cuja visualização constitui um eficiente meio de formação sobre as referidas questões, tão actuais e tão relevantes nas sociedades de hoje.
O AUTOR
Jorge da Fonseca Nabais
Licenciado em engenharia mecânica, ramo termodinâmica, pelo Instituto Superior Técnico. Tem desenvolvido a sua actividade profissional, desde 1976, na Companhia Carris de Ferro de Lisboa, onde é actualmente Director de Logística. Consultor nas áreas de manutenção e de energia e ambiente. Actividade docente no Curso de pós-graduação em Tecnologia, Manutenção e Gestão Automóvel, do Instituto Superior Técnico, e em cursos sobre energia e ambiente.

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terça-feira, 2 de setembro de 2008

MEMÓRIAS DE UM GUERRILHEIRO - ALCIDES SAKALA


O LIVRO
Memórias de Um Guerrilheiro. Este diário retrata o meu quotidiano, enquanto guerrilheiro, político e diplomata. Escrevi-o num dos períodos mais difíceis da história de Angola, entre os anos de 1998 a 2002, numa fase que considero como a mais importante da minha vida, relativamente à consolidação das minhas convicções políticas e ideológicas. [...] Estas reflexões são produto da experiência que vivi ao longo de muitos anos de luta política, armada e diplomática, por um ideal em que sempre acreditei: a implantação em Angola de um Estado de Direito Democrático multipartidário.- Alcides Sakala
O AUTOR
Alcides Sakala Simões, embaixador, nasceu na Missão Evangélica do Chilume a 23 de Dezembro de 1953. Fez os estudos primários no Bailundo e os estudos liceais na outrora cidade de Nova Lisboa, hoje Huambo. Nesta cidade, ingressou na UNITA, em Dezembro de 1974, tendo dois anos mais tarde integrado a coluna do falecido Jonas Savimbi.
Em 1979 passou pela Jamba aquando da sua fundação, onde viria a desempenhar actividade várias até 1980, ano em que seria indigitado pela Direcção da Unita representante do Partido nos Estados Unidos da América. Foi nesse país que começou a sua carreira diplomática como adjunto de Jeremias Chitunda, tendo mais tarde representado a UNITA na República Federal Alemã, Portugal, Bélgica e junto da Comunidade Europeia.
Em 1995, por ocasião do 8º Congresso da UNITA, foi nomeado secretário dos Negócios Estrangeiros dessa organização política, e em 2002, após a realização do 9º Congresso, nomeado secretário para a Função Pública.
Actualmente, é deputado à Assembleia Nacional de Angola e presidente do Grupo Parlamentar da UNITA.

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AS MULHERES DO MEU PAI - JOSÉ EDUARDO AGUALUSA


O LIVRO
Faustino Manso, famoso compositor angolano, deixou ao morrer sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina, realizadora de cinema tenta reconstruir a atribulada vida do falecido músico.
Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção correm lado a lado, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. Cruzam as areias da Namíbia e as suas povoações-fantasma, alcançando finalmente Cape Town, na África do Sul.
Continuam depois, rumo a Maputo, e de Maputo a Quelimane, junto ao rio dos Bons Sinais, e dali até à ilha de Mo
O AUTOR
José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de Dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa. Vive entre Lisboa e Luanda. É autor dos livros A Conjura (romance, 1988), Prémio Revelação Sonangol, A Feira dos Assombrados (contos, 1992), Estação das Chuvas (romance, 1996), Nação Crioula (romance, 1998), Grande Prémio de Literatura RTP, Fronteiras Perdidas (contos, 1999), Grande Prémio de Conto da APE, A Substância do Amor e Outras Crónicas (crónica, 2000), Estranhões e Bizarrocos, com Henrique Cayatte, (infantil, 2000), Prémio Nacional de Ilustração e Grande Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, Um Estranho em Goa (romance, 2000), O Ano em Que Zumbi Tomou o Rio (romance, 2002), Catálogo de Sombras (contos, 2003), O Vendedor de Passados (romance, 2004), Passageiros em Trânsito (contos, 2006) e As Mulheres do Meu Pai (romance,2007).As suas obras estão traduzidas para diversas línguas europeias.

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A SOMBRA - JOSÉ PACHECO PEREIRA


O LIVRO
A Sombra (Estudo sobre a clandestinidade comunista)
não é um livro novo. No entanto, este livro de José Pacheco Pereira parece-me intemporal. Pelo menos, enquanto os conceitos (à portuguesa) de ditadura, comunismo, movimento comunista e luta contra o regime perdurarem na memória colectiva. E ainda mais numa altura em que o terceiro volume da inédita biografia de Álvaro Cunhal, por autoria também de Pacheco Pereira, está ainda fresco e abundante nas livrarias. No entanto, para quem procura encontrar neste livro um auto de sátira acerca do Partido Comunista Português ou sobre os operários, poderá ser um livro decepcionante. A Sombra, assim como a biografia de Cunhal, não segue a via do «revisionismo», como algumas recensões têm dito, buscando construir uma aura de controvérsia em redor de obras de investigação.
O AUTOR
É licenciado em Filosofia, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1978).
Iniciou, desde cedo, a sua actividade política, militando em movimentos de oposição ao anterior regime (nomeadamente o PCP-ML, de inspiração maoísta, de cuja secção Norte foi fundador), tendo vivido algum tempo na clandestinidade. Recolheu, classificou, organizou e estudou de forma sistemática documentação sobre a vida política portuguesa, tendo lançado a revista Estudos Sobre o Comunismo: Boletim de estudos interdisciplinares sobre o comunismo e os movimentos comunistas em 1983. Com João Carlos Espada e Manuel Villaverde Cabral, fundou em 1984 o Clube da Esquerda Liberal. Em 1986, apoiou activamente a primeira eleição presidencial de Mário Soares.
Foi deputado pelo Partido Social-democrata durante três legislaturas, tendo sido líder parlamentar presidente da comissão política distrital de Lisboa deste partido.
É comentador político de televisão, nomeadamente na Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, programa que sucedeu ao Flashback da TSF. Na blogosfera, assina os blogues Abrupto e Estudos sobre o Comunismo.
Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 10 de Junho de 2005, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio.
É autor de vasta obra publicada em livros, alguns proibidos antes do 25 de Abril de 1974.

INCURSÕES LITERÁRIAS - MÁRIO SORES


O LIVRO
Reunindo comunicações, discursos e artigos escritos ao longo dos anos, «Incursões Literárias» propõe breves e conhecedores retratos de vinte e seis dos mais importantes nomes da nossa literatura. Percursos, livros, vida, civismos, personalidade, amigos. Algumas das mais marcantes figuras da nossa literatura pela escrita de quem nunca chegou a ser escritor. Mário Soares, opositor do Estado Novo, exilado, dois mandatos de Presidente da República. Um percurso entre a agilidade da palavra política que aqui converte num encontro com figuras como Miguel Torga, Aquilino, Miguéis, Natália Correia, Namora, Agostinho da Silva. Ao todo são vinte e seis autores.
O AUTOR
Tendo convivido, entre tertúlias e cafés, com a maior parte dos autores que revisita, Mário Soares completa com o seu olhar tudo o que já foi afirmado sobre estes autores. O génio trágico de Camilo Castelo Branco, a integridade de Manuel Alegre, a personalidade de Miguel Torga, a liberdade de Natália Correia, as aulas de Agostinho da Silva na juventude, o encontro com Saul Dias. Exemplos de encontro e fascínio por nomes e obras que ajudam a compreender o que somos e como pensamos.
O pai achava que ele devia ser escritor. A facilidade da palavra acabou contudo por ter outro rumo. Opositor do Estado Novo, deportado pelo regime em S. Tomé, exilado, regressa a Portugal depois do 25 de Abril. De Ministro dos Negócios Estrangeiros ascende a Primeiro-ministro, e de 1986 a 1991 exerce dois mandatos como Presidente da República Portuguesa. Emblemática figura, Mário Soares quase não precisa de apresentação. Mas com este livro apresenta-se de uma outra forma, revela uma outra faceta.

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LEMBRO-ME QUE... - FERREIRA FERNANDES


O LIVRO
Lembro-me que? conta uma bela data de Portugal, o 25 de Abril de 1974, através de bocadinhos do quotidiano que imediatamente a antecederam. Os "lembro-me..." de Ferreira Fernandes, pequenas memórias numeradas (são 326), em flashes, podendo ir de frase curta a um parágrafo, sempre começadas pelas palavras "Lembro-me que...", bebem num período que vai de 1 de Janeiro de 1974 ao grande dia. Tempos ainda da Outra Senhora mas já muito anunciadores de mudança.
O AUTOR
Ferreira Fernandes nasceu em Luanda, em 1948. É jornalista. Foi grande repórter no Diário Popular, O Jornal Público, Diário de Notícias, Visão e Focus (onde também foi director). Actualmente é redactor principal da revista Sábado. Recebeu vários prémios de reportagem, entre os quais o Prémio Fernando Pessoa de Jornalismo, em 1990, o Prémio de Reportagem da Fundação Luso-Americana (por duas vezes), o Prémio Bordalo ? Jornalista do Ano, da Casa de Imprensa, em 1995, e o Prémio de Jornalista do Ano do Clube de Jornalistas do Porto, 1996. É autor dos livros Os Primos da América e Sampaio, Retratos de uma Vitória. Publicou recentemente na Oficina do Livro Lembro-me que...

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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

PRAÇA DA CANÇÃO - MANUEL ALEGRE


Sem grande margem para dúvidas, pode dizer-se que este livro marcou para sempre toda uma geração de jovens portugueses que ao longo dos anos 60 se empenharam na contestação estudantil nas Universidades e lutaram contra a guerra nas ex-colónias africanas.
Aparecido em Coimbra e incluindo muitos poemas que rapidamente se divulgaram graças às canções de Manuel Freire, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Luís Cília (entre outros), "Praça da Canção" recorre à História de Portugal para através desse passado colectivo interrogar o presente e o futuro do país, conseguindo aliar um poderoso sopro épico e um lamento pela condição dos portugueses no tempo em que foi escrito.
Sublinhe-se ainda a capacidade de aproveitar os recursos da métrica e da rima para a criação de uma musicalidade sensível, por exemplo, na famosa "Trova do Vento que Passa", e contribuindo para fazer de Manuel Alegre o trovador da sua geração.
O AUTOR
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um activo dirigente estudantil. Apoiou a candidatura do General Humberto Delgado. A sua tomada de posição sobre a ditadura e a guerra colonial levam o regime de Salazar a chamá-lo para o serviço militar em 1961, sendo colocado nos Açores, onde tenta uma ocupação da ilha de S. Miguel, com Melo Antunes. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar. É preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante 6 meses. Na cadeia conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair para o exílio em 1964.
Passa dez anos exilado em Argel, onde é dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Aos microfones da emissora A Voz da Liberdade, a sua voz converte-se num símbolo de resistência e liberdade. Entretanto, os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967) são apreendidos pela censura, mas passam de mão em mão em cópias clandestinas, manuscritas ou dactilografadas. Poemas seus, cantados por Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade. Regressa finalmente a Portugal em 2 de Maio de 1974, dias após o 25 de Abril.
Entra no Partido Socialista onde, ao lado de Mário Soares, promove as grandes mobilizações populares que permitem a consolidação da democracia e a aprovação da Constituição de 1976, de cujo preâmbulo é redactor.
Deputado por Coimbra em todas as eleições desde 1975 até 2002 e por Lisboa a partir de 2002, participa esporadicamente no I Governo Constitucional de Mário Soares. Dirigente histórico do PS desde 1974, é Vice-Presidente da Assembleia da República desde 1995 e é membro do Conselho de Estado (de 1996 e 2002 e de novo em 2005). É candidato a Secretário-geral do PS em 2004, naquele que foi o mais participado Congresso partidário de sempre.
Em 2005 candidatou-se à Presidência da República, como independente e apoiado por cidadãos, tendo obtido mais de 1 milhão de votos nas eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006, ficando em segundo lugar e derrotando o candidato oficial apoiado pelo PS.
É sócio correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências eleito em Março de 2005.

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domingo, 31 de agosto de 2008

MEMÓRIAS UM COMBATE PELA LIBERDADE - EDMUNDO PEDRO


O LIVRO
Trata-se de um testemunho vivido, escrito por um militante político comunista, primeiro e, depois, socialista que, por circunstâncias diversas, teve uma vida plena de experiências excepcionais, ao longo de todo o século XX. Este livro merece a atenção dos leitores interessados pela contemporaneidade portuguesa, quanto mais não seja para que não se repitam os erros do passado.
O AUTOR
Edmundo Pedro nasceu a 8 de Novembro de 1918, no Samouco, Alcochete. Filho de um casal de militantes comunistas, cedo entrou na luta política contra a ditadura de Salazar. Aos 15 anos foi condenado pelo Tribunal Militar Especial a um ano de prisão e à perda de direitos políticos por cinco anos. Após a sua libertação é eleito para a direcção da Juventude Comunista com Álvaro Cunhal e outros militantes. Detido de novo no início de 1936, com apenas 17 anos, foi deportado, junto com o seu pai, para o campo de concentração do Tarrafal, onde permaneceu nove anos. Até ao advento da democracia mantém intensa actividade política na luta contra o regime ditatorial. Em Setembro de 1973, a convite de Mário Soares, adere ao Partido Socialista.

Âncora Editora, 2007

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Mataram o Rei!...Viva a República! - José Ruy


O LIVRO
Mataram o Rei!... Viva a República! em BD, é feito de dois gritos distintos. O primeiro, refere-se ao acto regicida, que chocou a multidão no Terreiro do Paço. O segundo, reflecte a alegria dos republicanos, dois anos decorridos deste acto extremista, pela concretização do seu desejo de mudança na governação do País, em 1910.
O AUTOR
José Ruy nasceu na Amadora em Maio de 1930. Cursou Artes Gráficas na Escola António Arroio, onde foi discípulo do Mestre Rodrigues Alves, e frequentou habilitação a Belas Artes. José Ruy acompanhou a evolução das histórias aos quadradinhos nacionais durante mais de seis décadas. Favorecido por uma curiosidade inata e ambientes propícios, poucos desenhadores terão levantado tanta polémica acerca da sua obra, o que de forma alguma o afectou na sua posição inegável de autor português com maior número de álbuns de BD publicados. Iniciou-se como desenhador com apenas 14 anos, tendo publicado ao longo da sua carreira perto de 70 álbuns, 37 dos quais em banda desenhada, com destaque para Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, Os Lusíadas e História (Actualizada) da Amadora. Tem colaborado em diversos jornais e revistas, nomeadamente em O Cavaleiro Andante e Selecções BD. Editou e dirigiu a 2.ª série de O Mosquito. O rigor na investigação e a qualidade dos seus trabalhos têm sido apreciados de norte a sul do país com múltiplas homenagens e a atribuição de 23 prémios. Expôs com sucesso em vários países da Europa, na China, no Japão e no Brasil. Primeiro autor a ser galardoado com o Prémio de Honra do Festival Internacional de Banda desenhada da Amadora, em 1990. No ano seguinte foi distinguido com a Medalha Municipal de Ouro de Mérito e Dedicação à sua cidade natal.

Âncora Editora, 2008

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sábado, 30 de agosto de 2008

As Grandes Correntes Políticas e Culturais do Século XX - (Coord.: António Reis)


O LIVRO
Lições proferidas por ocasião do XI Curso de Verão do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa realizado em 2002, onde especialistas de vários domínios do saber procederam à elaboração de sínteses das características fundamentais das grandes correntes doutrinárias e ideológicas contemporâneas. António Costa Pinto, Mário Sottomayor Cardia, João Madeira, António Reis, Eduardo Prado Coelho, João Ferreira do Amaral, entre outros, reúnem neste volume as suas reflexões políticas e filosóficas sobre o que de mais marcante contribuiu para as mudanças operadas na opinião pública e na sociedade do séc. XX, a que a crise do sistema liberal (1900-1945), os confrontos ideológicos no mundo bipolar (1945-1989) e a globalização deram expressão.
O AUTOR
António Reis (Lisboa, 1948), professor universitário, político e maçon português que é professor auxiliar na Universidade Nova de Lisboa e ocupa o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa desde Junho de 2005.
Dirigente do movimento estudantil, tornou-se militante activo da Oposição Democrática ao regime salazarista pelo que foi perseguido pelas suas actividades.
Foi co-fundador do Partido Socialista e redactor da Revista Seara Nova de 1969 a 1974, mais tarde foi Director-Adjunto da Revista de Reflexão e Crítica Finisterra.
Como oficial miliciano, participou na preparação e execução da operação militar que pôs termo à Ditadura em 25 de Abril de 1974, tendo integrado o destacamento da Escola Prática de Administração Militar que ocupou os estúdios da RTP, onde regressou em 1985 agora como Director-Adjunto de Programas Culturais cargo que exerceu durante dois anos.
Fez parte do II Governo Constitucional, 1978 como Secretário de Estado da Cultura, liderado por Mário Soares.
Antes disso foi membro do Conselho de Imprensa entre 1980 e 1982 e posteriormente á sua passagem pela RTP foi membro e da Alta Autoridade para a Comunicação Social entre 1990 e 1994.

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MARESIA - FERNANDO CORREIA DA SILVA


O LIVRO
Maresia é o aroma a cio que subjuga a espécie humana durante um mês por ano. Na sociedade focada neste romance, como são as relações entre homens e mulheres? Escândalo? Talvez seja... Mas o maior dos escândalos não é o lúbrico, é a cisão da Humanidade em fracos e fortes, estes a sugarem aqueles.
O AUTOR
Fernando Correia da Silva
Nasce em Lisboa, em 1931.
Anos 40, a guerra mundial, a vitória dos Aliados, a campanha do Norton de Matos, a militância no MUD Juvenil, a detenção em Caxias. A frequência de Económicas, rua do Quelhas.
Formação literária? Talvez a turbulência de Camilo, a ladinice pícara de Aquilino, o realismo de Graciliano Ramos e Manuel da Fonseca. Também o sarcasmo de Alexandre O'Neill e a verrina surreal de Mário Henrique Leiria, um e outro seus amigos de aventuras várias. Revolução, também a do imaginário.
1950: COLHEITA, um livro de poemas. 1952: Uma novela infantil, AS AVENTURAS DE PALHITA, O TOURO. No mesmo ano, com Alexandre O'Neill, publica A POMBA, jornal clandestino de poesia militante. 1953: No exterior, com Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Vasco Cabral, declara-se pró independência das futuras pátrias africanas. Regressa a Portugal varando as malhas da polícia política.
1954: Perseguido pela PIDE, abandona Económicas e salta para o Brasil como exilado político.
1955: A descoberta de que há outras formas de falar e escrever, afinal a língua portuguesa saiu da estufa, já não é o galego do sul, adaptou-se à vastidão. 1956: Na FOLHA DE S. PAULO concebe e dirige a FOLHINHA, o suplemento infantil publicado ainda hoje. 1960/63: dois livros de sucesso, biografias, várias edições, OS DESCOBRIDORES e OS LIBERTADORES. Durante cerca de quatro anos é coordenador editorial da DIFEL. Em S. Paulo, é um dos fundadores do jornal antifascista PORTUGAL DEMOCRÁTICO. Com Jorge de Sena, Casais Monteiro, Sidónio Muralha, Fernando Lemos e escritores e artistas brasileiros tais como Maria Bonomi, Guilherme Figueiredo e Cecília Meireles, funda em S. Paulo a GIROFLÉ, editora infantil. Lança O SINDICATO DOS BURROS, contos infantis.
1964/65: Em 64 a golpada militar no Brasil. Um emprego numa indústria em Fortaleza do Ceará. Por dois anos o Nordeste, a verificação in loco da ostentação e da miséria, vampirismo sem disfarces. Regressa a S. Paulo. Aprende e aplica as técnicas da racionalização industrial.
O regresso a Portugal: 1974, o 25 de Abril, a liberdade e a euforia, garanti-las para sempre... Trabalha, a tempo inteiro, no movimento das cooperativas de produção. Porém os mandarins a retomarem o poleiro... 1978: Um livro de divulgação, historietas, 25 CONTOS DE ECONOMIA. 1986: Um romance: MATA-CÃES, o herói pícaro a desembarcar em pleno Abril de 74. 1989: LORD CANIBAL, outro romance, novas aventuras do Mata-Cães. 1996: Um dos autores e coordenador editorial do coleccionável do PÚBLICO OITENTA VIDAS QUE A MORTE NÃO APAGA, concisão. No mesmo ano lança ainda o romance QUERENÇA, o contador de histórias e estas a reinventarem a sua vida, despojamento. 1998: Escreve Maresia, novo romance. da Editora Campo das Letras. Passa a coordenar VIDAS LUSÓFONAS, site na Internet. 2000: Lança o romance LIANOR.

ESQUINAS DO TEMPO - JOÃO VIDEIRA SANTOS


O LIVRO
ESQUINAS DO TEMPO”, coisas do coração onde cada um de nós pode ler-se na poesia e sentir-se reflectido no espelho da própria emoção. Vaguear por entre sonhos e realidades, viver e chorar sem nunca perder a esperança de ser feliz. Coisas da vida onde cada palavra é fruto do sentimento. Coisas de João Videira Santos, Esquinas do tempo.
Março 2005 –Thesaurus Editora, Brasília, Brasil.
O AUTOR
ACERCA DE MIM...
sou amigo, solidário, dinâmico, honesto, afável, imparcial, intransigente... não subjugo a razão á necessidade, não usurpo ideias, nem a criatividade.
Outros rastos...
Nasci em Lisboa, Portugal.
Tive o privilégio de conviver com algumas das mais proeminentes figuras da cultura Portuguesa.
Desde sempre que sou apaixonado pelas artes desenvolvendo a minha criatividade na poesia, nas artes plásticas e, também, na musica.
Anos atrás, alguns jovens da canção Portuguesa interpretaram composições de minha autoria.
Algumas dessas composições tiveram gravação comercial e edição internacional.
Colaborei com diversos programas de rádio em Portugal e no estrangeiro, escrevendo poesia, crónicas e textos de opinião.
Tenho poesia editada em disco e publicada em jornais, revistas, páginas da web e em quatro livros.
“Meio tom”
- Janeiro 1971 –Ed.Autor, Lisboa, Portugal
“Telhados de vidro”
- Janeiro 2004 -Ed privada, Brasília, Brasil
“Esquinas do tempo”
- Março 2005 –Thesaurus Editora, Brasília, Brasil
“Laberintos de sentimientos”
– Junho 2006 – ECPoético, Madrid, Espanha

No campo da pintura, tenho participado em diversas exposições individuais e colectivas, sendo que alguns dos meus trabalhos fazem parte de colecções particulares em Portugal, Espanha, França, Roménia, Brasil e Japão.
Em 2004 e 2005 fui distinguido pelo Artmajeur com o “Silver Award”.
Conjuntamente com os actores/actrizes Armando Cortez, Alina Vaz, Raul Solnado, Carmen Dolores, Jacinto Ramos, Manuela Maria, o cenógrafo Octávio Clérigo, Maria Barroso e outros, sou fundador, autor dos estatutos e membro das primeiras direcções da Apoiarte / Casa do Artista, em Lisboa.
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