domingo, 31 de agosto de 2008

MEMÓRIAS UM COMBATE PELA LIBERDADE - EDMUNDO PEDRO


O LIVRO
Trata-se de um testemunho vivido, escrito por um militante político comunista, primeiro e, depois, socialista que, por circunstâncias diversas, teve uma vida plena de experiências excepcionais, ao longo de todo o século XX. Este livro merece a atenção dos leitores interessados pela contemporaneidade portuguesa, quanto mais não seja para que não se repitam os erros do passado.
O AUTOR
Edmundo Pedro nasceu a 8 de Novembro de 1918, no Samouco, Alcochete. Filho de um casal de militantes comunistas, cedo entrou na luta política contra a ditadura de Salazar. Aos 15 anos foi condenado pelo Tribunal Militar Especial a um ano de prisão e à perda de direitos políticos por cinco anos. Após a sua libertação é eleito para a direcção da Juventude Comunista com Álvaro Cunhal e outros militantes. Detido de novo no início de 1936, com apenas 17 anos, foi deportado, junto com o seu pai, para o campo de concentração do Tarrafal, onde permaneceu nove anos. Até ao advento da democracia mantém intensa actividade política na luta contra o regime ditatorial. Em Setembro de 1973, a convite de Mário Soares, adere ao Partido Socialista.

Âncora Editora, 2007

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Mataram o Rei!...Viva a República! - José Ruy


O LIVRO
Mataram o Rei!... Viva a República! em BD, é feito de dois gritos distintos. O primeiro, refere-se ao acto regicida, que chocou a multidão no Terreiro do Paço. O segundo, reflecte a alegria dos republicanos, dois anos decorridos deste acto extremista, pela concretização do seu desejo de mudança na governação do País, em 1910.
O AUTOR
José Ruy nasceu na Amadora em Maio de 1930. Cursou Artes Gráficas na Escola António Arroio, onde foi discípulo do Mestre Rodrigues Alves, e frequentou habilitação a Belas Artes. José Ruy acompanhou a evolução das histórias aos quadradinhos nacionais durante mais de seis décadas. Favorecido por uma curiosidade inata e ambientes propícios, poucos desenhadores terão levantado tanta polémica acerca da sua obra, o que de forma alguma o afectou na sua posição inegável de autor português com maior número de álbuns de BD publicados. Iniciou-se como desenhador com apenas 14 anos, tendo publicado ao longo da sua carreira perto de 70 álbuns, 37 dos quais em banda desenhada, com destaque para Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, Os Lusíadas e História (Actualizada) da Amadora. Tem colaborado em diversos jornais e revistas, nomeadamente em O Cavaleiro Andante e Selecções BD. Editou e dirigiu a 2.ª série de O Mosquito. O rigor na investigação e a qualidade dos seus trabalhos têm sido apreciados de norte a sul do país com múltiplas homenagens e a atribuição de 23 prémios. Expôs com sucesso em vários países da Europa, na China, no Japão e no Brasil. Primeiro autor a ser galardoado com o Prémio de Honra do Festival Internacional de Banda desenhada da Amadora, em 1990. No ano seguinte foi distinguido com a Medalha Municipal de Ouro de Mérito e Dedicação à sua cidade natal.

Âncora Editora, 2008

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sábado, 30 de agosto de 2008

As Grandes Correntes Políticas e Culturais do Século XX - (Coord.: António Reis)


O LIVRO
Lições proferidas por ocasião do XI Curso de Verão do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa realizado em 2002, onde especialistas de vários domínios do saber procederam à elaboração de sínteses das características fundamentais das grandes correntes doutrinárias e ideológicas contemporâneas. António Costa Pinto, Mário Sottomayor Cardia, João Madeira, António Reis, Eduardo Prado Coelho, João Ferreira do Amaral, entre outros, reúnem neste volume as suas reflexões políticas e filosóficas sobre o que de mais marcante contribuiu para as mudanças operadas na opinião pública e na sociedade do séc. XX, a que a crise do sistema liberal (1900-1945), os confrontos ideológicos no mundo bipolar (1945-1989) e a globalização deram expressão.
O AUTOR
António Reis (Lisboa, 1948), professor universitário, político e maçon português que é professor auxiliar na Universidade Nova de Lisboa e ocupa o cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa desde Junho de 2005.
Dirigente do movimento estudantil, tornou-se militante activo da Oposição Democrática ao regime salazarista pelo que foi perseguido pelas suas actividades.
Foi co-fundador do Partido Socialista e redactor da Revista Seara Nova de 1969 a 1974, mais tarde foi Director-Adjunto da Revista de Reflexão e Crítica Finisterra.
Como oficial miliciano, participou na preparação e execução da operação militar que pôs termo à Ditadura em 25 de Abril de 1974, tendo integrado o destacamento da Escola Prática de Administração Militar que ocupou os estúdios da RTP, onde regressou em 1985 agora como Director-Adjunto de Programas Culturais cargo que exerceu durante dois anos.
Fez parte do II Governo Constitucional, 1978 como Secretário de Estado da Cultura, liderado por Mário Soares.
Antes disso foi membro do Conselho de Imprensa entre 1980 e 1982 e posteriormente á sua passagem pela RTP foi membro e da Alta Autoridade para a Comunicação Social entre 1990 e 1994.

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MARESIA - FERNANDO CORREIA DA SILVA


O LIVRO
Maresia é o aroma a cio que subjuga a espécie humana durante um mês por ano. Na sociedade focada neste romance, como são as relações entre homens e mulheres? Escândalo? Talvez seja... Mas o maior dos escândalos não é o lúbrico, é a cisão da Humanidade em fracos e fortes, estes a sugarem aqueles.
O AUTOR
Fernando Correia da Silva
Nasce em Lisboa, em 1931.
Anos 40, a guerra mundial, a vitória dos Aliados, a campanha do Norton de Matos, a militância no MUD Juvenil, a detenção em Caxias. A frequência de Económicas, rua do Quelhas.
Formação literária? Talvez a turbulência de Camilo, a ladinice pícara de Aquilino, o realismo de Graciliano Ramos e Manuel da Fonseca. Também o sarcasmo de Alexandre O'Neill e a verrina surreal de Mário Henrique Leiria, um e outro seus amigos de aventuras várias. Revolução, também a do imaginário.
1950: COLHEITA, um livro de poemas. 1952: Uma novela infantil, AS AVENTURAS DE PALHITA, O TOURO. No mesmo ano, com Alexandre O'Neill, publica A POMBA, jornal clandestino de poesia militante. 1953: No exterior, com Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Vasco Cabral, declara-se pró independência das futuras pátrias africanas. Regressa a Portugal varando as malhas da polícia política.
1954: Perseguido pela PIDE, abandona Económicas e salta para o Brasil como exilado político.
1955: A descoberta de que há outras formas de falar e escrever, afinal a língua portuguesa saiu da estufa, já não é o galego do sul, adaptou-se à vastidão. 1956: Na FOLHA DE S. PAULO concebe e dirige a FOLHINHA, o suplemento infantil publicado ainda hoje. 1960/63: dois livros de sucesso, biografias, várias edições, OS DESCOBRIDORES e OS LIBERTADORES. Durante cerca de quatro anos é coordenador editorial da DIFEL. Em S. Paulo, é um dos fundadores do jornal antifascista PORTUGAL DEMOCRÁTICO. Com Jorge de Sena, Casais Monteiro, Sidónio Muralha, Fernando Lemos e escritores e artistas brasileiros tais como Maria Bonomi, Guilherme Figueiredo e Cecília Meireles, funda em S. Paulo a GIROFLÉ, editora infantil. Lança O SINDICATO DOS BURROS, contos infantis.
1964/65: Em 64 a golpada militar no Brasil. Um emprego numa indústria em Fortaleza do Ceará. Por dois anos o Nordeste, a verificação in loco da ostentação e da miséria, vampirismo sem disfarces. Regressa a S. Paulo. Aprende e aplica as técnicas da racionalização industrial.
O regresso a Portugal: 1974, o 25 de Abril, a liberdade e a euforia, garanti-las para sempre... Trabalha, a tempo inteiro, no movimento das cooperativas de produção. Porém os mandarins a retomarem o poleiro... 1978: Um livro de divulgação, historietas, 25 CONTOS DE ECONOMIA. 1986: Um romance: MATA-CÃES, o herói pícaro a desembarcar em pleno Abril de 74. 1989: LORD CANIBAL, outro romance, novas aventuras do Mata-Cães. 1996: Um dos autores e coordenador editorial do coleccionável do PÚBLICO OITENTA VIDAS QUE A MORTE NÃO APAGA, concisão. No mesmo ano lança ainda o romance QUERENÇA, o contador de histórias e estas a reinventarem a sua vida, despojamento. 1998: Escreve Maresia, novo romance. da Editora Campo das Letras. Passa a coordenar VIDAS LUSÓFONAS, site na Internet. 2000: Lança o romance LIANOR.

ESQUINAS DO TEMPO - JOÃO VIDEIRA SANTOS


O LIVRO
ESQUINAS DO TEMPO”, coisas do coração onde cada um de nós pode ler-se na poesia e sentir-se reflectido no espelho da própria emoção. Vaguear por entre sonhos e realidades, viver e chorar sem nunca perder a esperança de ser feliz. Coisas da vida onde cada palavra é fruto do sentimento. Coisas de João Videira Santos, Esquinas do tempo.
Março 2005 –Thesaurus Editora, Brasília, Brasil.
O AUTOR
ACERCA DE MIM...
sou amigo, solidário, dinâmico, honesto, afável, imparcial, intransigente... não subjugo a razão á necessidade, não usurpo ideias, nem a criatividade.
Outros rastos...
Nasci em Lisboa, Portugal.
Tive o privilégio de conviver com algumas das mais proeminentes figuras da cultura Portuguesa.
Desde sempre que sou apaixonado pelas artes desenvolvendo a minha criatividade na poesia, nas artes plásticas e, também, na musica.
Anos atrás, alguns jovens da canção Portuguesa interpretaram composições de minha autoria.
Algumas dessas composições tiveram gravação comercial e edição internacional.
Colaborei com diversos programas de rádio em Portugal e no estrangeiro, escrevendo poesia, crónicas e textos de opinião.
Tenho poesia editada em disco e publicada em jornais, revistas, páginas da web e em quatro livros.
“Meio tom”
- Janeiro 1971 –Ed.Autor, Lisboa, Portugal
“Telhados de vidro”
- Janeiro 2004 -Ed privada, Brasília, Brasil
“Esquinas do tempo”
- Março 2005 –Thesaurus Editora, Brasília, Brasil
“Laberintos de sentimientos”
– Junho 2006 – ECPoético, Madrid, Espanha

No campo da pintura, tenho participado em diversas exposições individuais e colectivas, sendo que alguns dos meus trabalhos fazem parte de colecções particulares em Portugal, Espanha, França, Roménia, Brasil e Japão.
Em 2004 e 2005 fui distinguido pelo Artmajeur com o “Silver Award”.
Conjuntamente com os actores/actrizes Armando Cortez, Alina Vaz, Raul Solnado, Carmen Dolores, Jacinto Ramos, Manuela Maria, o cenógrafo Octávio Clérigo, Maria Barroso e outros, sou fundador, autor dos estatutos e membro das primeiras direcções da Apoiarte / Casa do Artista, em Lisboa.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A REVOLTA DA MADEIRA - JOÃO SOARES


O LIVRO
A REVOLTA DA MADEIRA
A Revolução da Madeira em 1931 entronca num forte sentimento e movimento popular de defesa da autonomia política e dos interesses políticos dos ilhéus face a um poder central tentacular e despótico. Tudo isto são questões de grande interesse, são problemas que em certa medida ainda hoje se põem.
(Do livro A REVOLTA DA MADEIRA - Recolha e organização de João Soares - Perspectivas & Realidades - 1979) .
O AUTOR
João Barroso Soares - Editor
Licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa
Foi deputado à Assembleia da República entre 1987 e 1989, renunciando ao mandato para assumir o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Lisboa, responsável pelos Pelouros da Cultura (1990-1998), Espaços Verdes (1990-1994) e da Conservação e Obras Diversas (1994-1995).
Foi eleito deputado ao Parlamento Europeu, de que foi Questor, em 1994, cargo que exerceu até assumir a Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, em 1995, substituindo o Dr. Jorge Sampaio em virtude da sua candidatura à Presidência da República.
Foi reeleito Presidente da Câmara Municipal de Lisboa em Dezembro de 1997, funções que exerceu até Janeiro de 2002.
Foi presidente da Junta Metropolitana de Lisboa - 1998/2002.
Foi membro do Conselho de Estado.
É militante e dirigente nacional do Partido Socialista tendo sido membro da Comissão Nacional e da Comissão Política (1987-1991) e membro do Secretariado Nacional desde 1991 e Secretário Coordenador da Federação da Área Urbana de Lisboa entre 1992 e 1994.
Obras publicadas:
"A Revolta da Madeira".
"Uma Ideia para Lisboa".
"Notas Convenientes e Inconvenientes".
"Septembre a Lisbonne".
"Virar da Página".

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JOSÉ AFONSO, CANTARES - MANUEL SIMÕES


O LIVRO
JOSÉ AFONSO, CANTARES
Coordenação e textos de Manuel Simões e Rui Mendes
1ª e 2ª edições, Nova Realidade, Tomar, 1966 e 1967
3ª e 4ª edições, Fora do Texto, Coimbra, 1994 e 1995
Cantares, de José Afonso, publica-se exactamente em 1966 e caracteriza-se, desde logo, por uma dupla novidade cultural: representa, em termos absolutos, a primeira recolha de textos cantados por esse grande renovador da expressão musical portuguesa; e o primeiro volume da que viria a ser uma colecção histórica (a «Nova Realidade», de Tomar), antecipadora, em certo sentido, de algumas iniciativas corajosas que foi possível avançar antes de 1974: recordem-se, entre outras, as antologias poéticas Hiroxima (1967) e Vietname (1970) e a primeira edição de O Canto e as Armas (1967), de Manuel Alegre.
O AUTOR
A ideia de reunir em volume as canções de José Afonso nasceu no âmbito do grupo da pastelaria Sírius, da rua da Sofia, em Coimbra, onde chegavam ecos da colecção projectada em Tomar. Foi o Rui Mendes quem a lançou, com o ar de coisa espontânea, mas sentia-se que se tratava de um plano arquitectado e cultivado há algum tempo, à espera de concretização. Pedido o consenso ao autor, então a leccionar na Beira, em Moçambique, a quem se tinha mandado, para eventuais correcções, a transcrição dos textos gravados a que era possível ter acesso, a sua plena adesão ao projecto constituiu uma motivação ainda mais encorajadora, sobretudo pelo envio de materiais inéditos, só mais tarde revelados entre nós, o que significava uma sintonia de opiniões quanto à validade da proposta e quanto à autonomia poética dos textos, recebidos e “actualizados” pelo leitor com a sobreposição da parte musical, desse som inesperado e puro que irrompia contra o artifício de uma tradição diluída por anos e anos de usura cultural. Tal como se exprimiria mais tarde José Afonso com a transparência e a limpidez que lhe eram habituais: «Designei as minhas primeiras canções por baladas […] para as distinguir do fado de Coimbra que comecei por cantar e que, quanto a mim, atingira uma fase de saturação».
Recordo aqui, já agora, que a «Nova Realidade» voltou a propor os poemas de Cantares, juntamente como novos textos, no volume Cantar de Novo (1971), livro que inclui um estudo do poeta e crítico António Cabral, porventura um dos melhores ensaios que se escreveram sobre os arquétipos e os processos criativo-estilísticos das canções de José Afonso. Cantares, ficará, porém, como o limiar de um processo, como o livro que faltava, fórmula depois transposta por outros editores para reapresentação do próprio José Afonso. Talvez por isso António Cabral o tenha definido como «livro comovente», expressão que, a esta distância temporal, adquire uma valência de impacto ainda mais emotivo até pela dimensão maior do saudoso cantor.
A primeira edição, correspondendo à fase artesanal da «Nova Realidade» (a mais estimulante e rica de experiências pelo contacto directo com o leitor), foi vendida de mão em mão esgotou-se num curto lapso de tempo. O texto de Rui Mendes, previamente anunciado, extraviou-se algures e só saiu na segunda edição, em 1967; com a evolução do tempo, a semântica do gosto e da legítima insatisfação do criador artístico, ei-lo agora reescrito, numa versão que, segundo o poeta, está mais de acordo com as intenções do seu discurso, já naquele momento.

Manuel Simões

HISTÓRIA DA REPÚBLICA - RAUL RÊGO


O LIVRO
História da República - Raul Rego".
A história da República está por fazer. Há muitas obras monográficas muito interessantes; mas não há nenhuma obra de conjunto. (...) Raul Rego, começando também nas origens das origens, isto é, nos alvores do século XIX, dispôs-se a preencher essa lacuna, lançando mãos ao que deve ser o livro da sua vida, pelo escrúpulo e paixão que nele tem posto. Não sendo obviamente neutral, visto que se trata de um republicano confesso, admirador dos grandes vultos da nossa Primeira República, pôs contudo na sua História da República Portuguesa a isenção, o profissionalismo e a independência crítica de que tem dado sobejas provas ao longo da sua vida, de grande jornalista, de escritor e de exemplar cidadão. (...)"História da República Portuguesa, por Raul Rego. Pref. de Mário Soares. Edição do Círculo de Leitores, Lisboa, 1986-1987, V vols ["Profusamente ilustrada com retratos, fotografias de acontecimentos, reproduções de frontispícios de livros e publicações periódicas, etc. Encadernação editorial" - ver no catálogo da In-Libris] J.M.M.
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O AUTOR
Raul Rêgo nasceu em Morais, do concelho de Macedo de Cavaleiros, em 15 de Abril de 1913. Completou o curso de Teologia no Seminário do Espírito Santo, habilitações que utilizou para vencer na vida, desde Director do diário República, a Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa (1988). Depois da revolução de Abril, teve a compensação da sua irreverência política, como deputado à Assembleia da República em várias legislaturas. Ascendeu também a ministro da Comunicação Social. Fundou e dirigiu o Jornal "A Luta". Brilhou como jornalista e chegou a ter a "pena de ouro da liberdade". Politicamente foi sempre um destacado membro do PS.
Raul Rêgo faleceu em 2002.

A MORTE DE CRISTO EM VERDUN - DIETER DELLINGER


O LIVRO
"A Morte de Cristo em Verdun" é um dos vários contos de Dieter Dellinger publicado pela Editora Lua Nova num pequeno livro. O autor descreve nesse conto uma cena trágica e extremamente realista da Batalha de Verdun que ceifou mais de um milhão de jovens alemães e franceses. Duas companhias chegam aos seus bivaques de ambos os lados da frente para fornecerem material fresco para batalha; material humano, entenda-se. Chegaram para participar logo no dia seguinte nas ofensivas matematicamente pensadas pelos Estados-maiores. Assistiram às missas matinais e comunhão dadas pelos capelães das duas companhias e foi oferecido a cada soldado alemão e a cada francês uma pequena bíblia e um crucifixo brilhante, mas não sem que os capelães advertissem que se vissem algo de parecido ao peito de um soldado inimigo não acreditassem, não era Cristo, mas a imagem de Belzebu com cornos e língua de fogo. Em cada um dos lados descrevia-se o inimigo como "anti-cristos" e muita coisa mais. Os alemães eram uns hunos e boches, cujo sangue conspurcava a terra francesa e os franceses também não passavam de "anti-cristos", impuros e defensores de um regime republicano em que qualquer prostituta podia eleger um presidente da República e tinha pois o mesmo voto que um bispo ou cardeal. A batalha começou, os primeiros inexperientes que saltaram para fora das trincheiras foram ceifados pelo fogo das metralhadoras e os outros avançavam nos intervalos dos tiros. O objectivo era chegar às trincheiras inimigas, lançar granadas de mãos e entrar de baioneta apontada. O soldado Hans Christoff teve "sorte", ia atrás de um sargento miliciano, um intelectual que desprezava a guerra e que foi apanhado por uma granada, o que permitiu ao jovem alemão avançar mais uns passos e lançar a sua granada de mão, atirar-se ao chão e após o estrondo levantar-se e avançar para a trincheira inimiga. Só via fumo e fogo à sua volta. Avançou mais e saltou para a elevação da trincheira. De lá saiu um "poilus" francês com algo a brilhar no peito. Hans não pensou em mais nada e espetou-lhe a baioneta em pleno coração, enquanto sentia uma dor tremenda no peito. O seu pulmão acabava de ser trespassado pela lâmina francesa. No último momento de vida antes de tombar, Hans viu que o Cristo do inimigo não tinha língua de fogo, era um Cristo igual ao seu.
O AUTOR
Nos seus contos de blog literário "Contos e Novelas do Século", Dieter Dellinger, pretende relatar o Século XX em pequenos contos e novelas que retratam o que foi com toda a crueldade do que foi verdadeiro.

Editor: Lua Nova
Ano de edição: 2004
Local de edição: Amadora
Número de páginas: 94
ISBN: 972-8824-38-6

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A FILHA REBELDE - JOSÉ PEDRO CASTANHEIRA


O LIVRO
José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, jornalistas do Expresso, publicaram em 2002 uma reportagem sobre Annie Silva Pais, filha única do director da PIDE, que aos 30 anos de idade, decorria o ano de 1965, protagonizou um escândalo ao abandonar o marido, a família, os amigos e o país para se entregar à revolução cubana. Desaparecida durante três meses, o regime de Salazar teme que tenha sido raptada para ser utilizada como arma no contexto da luta anticolonial. Quando se volta a saber dela, Annie está enamorada do médico pessoal de Fidel Castro, revela uma ardente paixão por Che Guevara, e estabelece uma prolongada relação com o ministro do Interior, José Abrantes, que há-de morrer numa prisão de Havana. Tradutora e intérprete de Fidel, Annie só regressa a Portugal após o 25 de Abril, para ir visitar o pai à prisão de Peniche. Trabalha na 5.a Divisão do MFA durante o Verão Quente de 1975 e morre em Cuba em Julho de 1990, vítima de cancro.Esta reportagem valeu a José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz o Grande Prémio Gazeta de 2002, o principal galardão de jornalismo concedido em Portugal. E é esta história intensa, carregada de drama, que agora se publica em livro, onde se incluem novos e surpreendentes pormenores sobre a vida de Annie e uma biografia absolutamente inédita do major Silva Pais, o último director da polícia política da ditadura.
O AUTOR
José Pedro Castanheira, conhecido jornalista do semanário "Expresso" com vários livros publicados - o mais recente dos quais é "A Filha Rebelde", escrito em parceria com o jornalista Valdemar Cruz - inscreveu-se no princípio do ano na SPA. Fomos saber se tinha sido na sua qualidade de jornalista ou de escritor."Considero-me apenas jornalista. Acontece é que faço trabalhos jornalísticos em vários suportes - e o livro "A Filha Rebelde" (que conta a história fantástica da filha do major Silva Pais, director da Pide, que foi para Cuba e se apaixonou por Che Guevara) é disso um exemplo. A história apareceu primeiro no Expresso, e por esse trabalho o Clube de Jornalistas atribuiu-nos o 'Prémio Gazeta' "."Dada a sua longa carreira porquê só agora se inscreveu na SPA?""Bom, a verdade é que até agora não tinha sentido necessidade de utilizar os serviços da SPA, uma vez que nunca tive problemas com os editores com quem trabalhei. Entretanto apareceu-nos, a mim e ao Valdemar, uma proposta na área da televisão e do cinema que, apesar de muito interessante, nos suscitou algumas dúvidas. Daí o recurso à SPA, para nos dar uma ajuda na área dos direitos de autor. Como era necessário que pelo menos um de nós se inscrevesse na Cooperativa, fi-lo de imediato e a resposta que obtivemos foi rápida e de grande eficácia. Digo-o abertamente: estou muito satisfeito"."O recurso à SPA tem apenas a ver com a tal proposta?""Não. Muito possivelmente passarei a recorrer à cooperativa devido ao facto de os direitos de autor dos jornalistas, e falo só no que toca à minha profissão, não serem minimamente respeitados na NET. Hoje toda a gente utiliza os nossos trabalhos na rede sem autorização e sem qualquer benefício para os autores. Ora, entendo que é preciso estabelecer regras de jogo nesta anarquia reinante na NET - por muito salutar que tal anarquia possa ser. E sozinhos, individualmente, não vamos lá. A SPA tem aí um grande, um enorme trabalho a desenvolver para defender nesse meio os até agora tão desprotegidos direitos de autor dos jornalistas".

A CARA DE GENTE - BAPTISTA-BASTOS


O LIVRO
A Cara de Gente
Armando Baptista-Bastos reuniu algumas crónicas publicadas nos últimos 15 anos e constituiu A Cara de Gente
"A crónica só existe se for publicada num jornal ou numa revista e estas minhas crónicas são do sentimento da rua, da grandeza das pessoas e dos bairros e da sua importância, porque ainda há bairros, numa demonstração de decência e integridade", disse o escritor e jornalista à Lusa.
"Hoje - acrescentou - há uma certa confusão entre o artigo alargado, o comentário político e crónica propriamente dita no esteio da velha tradição portuguesa que no século XIX se chamava folhetim".
A cara da gente reúne 60 crónicas cujos títulos remetem frequentemente para Lisboa: "Abonação da rua dos Fanqueiros", "Falando da calçada", ou "Um cravo para Neves de Sousa".
O livro, editado pela Oficina do Livro, será apresentado por Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, de quem Baptista-Bastos é "grande amigo", apesar de pertencerem a "famílias distantes".
"Somos grandes amigos e encontramo-nos onde as pessoas se encontram, na cultura. Descobrimos que lemos os mesmos autores, tipo de música etc. Por outro lado, ambos descendemos de famílias pobres", explicou o autor.
Referindo-se ao amigo, Baptista-Bastos afirmou que Duarte Lima "é um homem que lê atentamente, sabe discernir e divide o vago do que é significativo".
O AUTOR
Armando Baptista Bastos Baptista-Bastos nasceu em Lisboa em 27 de Fevereiro de 1934. Aos dezanove anos, no O Século, inicia uma intensa e aplaudida carreira de jornalista, mudando-se mais tarde para o Diário Popular, onde permaneceu vinte e três anos. Escreveu nos mais prestigiados jornais e revistas, colaborou em inúmeros programas de rádio e na televisão conduziu o programa "Conversas Secretas".
Baptista-Bastos, é autor de mais de duas dezenas de livros.
Recebeu já o Grande Prémio da Crítica, o Grande Prémio da Crónica da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Pen Club e o Prémio da Crónica João Carreira Bom.
Considerado um dos mais consagrados retratistas do tempo que passa, Baptista-Bastos é dotado de um raro domínio da palavra, conhece na perfeição o peso exacto da palavra e vai fixando na imprensa a fugacidade dos dias.
Numa linguagem deslumbrante, o autor escreve sobre a descoberta do amor, conta histórias de pais e filhos, sente o coração apressado com a descoberta do primeiro beijo, recupera o afecto dos velhos amigos, não renega a saudade da cidade que mudou de rosto mas que é, ainda, a sua casa.
O resultado são estes textos, jornalísticos mas criados com alma de escritor, que analisam o quotidiano, debatem grandes temas, inventam cidades e evocam amigos com um encantamento que convida o leitor a sonhar e a reencontrar a felicidade em cada gesto.

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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Álvaro Cunhal e a dissidência da terceira via - Raimundo Narciso


O LIVRO
Álvaro Cunhal e a dissidência da terceira via - (Ambar Maio 2007)
SEGREDOS DE UMA DISSIDÊNCIA
O operacional da ARA que rompeu com o PCP
(Texto de José Pedro Castanheira)
O livro Álvaro Cunhal e a Dissidência da Terceira Via desvenda alguns dos «segredos» do PCP e em particular de Cunhal: o seu gabinete, o seu salário (igual ao da mulher da limpeza), a sua proximidade e acessibilidade formais — mas também o seu poder absoluto sobre o quotidiano do partido, desde as teses ao congresso, até à vigilância exercida sobre os suspeitos de dissidência. Nele, Raimundo Narciso relata as «conspirações» do grupo dissidente (auto-intitulado «o gabinete de crise»), encorajado pelas reformas de Gorbatchov. Primeiro na sala de convívio da sede, depois num restaurante no bairro de Alvalade, até adoptarem como «quartel-general» a residência de Pina Moura, no Restelo. O grupo é amplo, mas muitos deles acabaram por fazer marcha atrás, como Luís Sá, Vítor Dias, Ruben de Carvalho e outros. O autor não foi um comunista qualquer — o que, só por si, confere uma importância extraordinária ao livro.
O AUTOR
Raimundo Narciso dedicou 25 anos da sua vida ao partido, a cujo Comité Central pertenceu. Os primeiros dez anos viveu-os na clandestinidade, tendo sido o principal operacional da Acção Revolucionária Armada, sobre o qual escreveu ARA - Acção Revolucionária Armada— A História Secreta do Braço Armado do PCP (Dom Quixote). Depois do 25 de Abril, teve «um contacto diário» com Álvaro Cunhal, tendo pertencido, inclusivamente, a um organismo «ad-hoc» que assumiu especiais responsabilidades durante o PREC.
Entre os numerosos companheiros de percurso, Raimundo Narciso destaca a coragem de António Graça, a frontalidade de José Luís Judas, a competência de Barros Moura, o calculismo de Pina Moura. As apreciações mais críticas vão para Carlos Costa, Aboim Inglez (por quem Cunhal nutria uma «daquelas suas tão características e inultrapassáveis embirrações»), José Soeiro, Agostinho Lopes, António Gervásio, Helena Medina. Sobre Carlos Carvalhas paira uma espécie de comiseração. Quanto a Jerónimo de Sousa, é praticamente ignorado, sentindo-se mesmo algum desdém, traduzido na frase assassina: «O PCP de Jerónimo de Sousa, com um comunismo de sociedade recreativa, já não é nada do que era.»Para a história ficam as conversas relatadas com os dois principais dirigentes do partido: Álvaro Cunhal e Octávio Pato. Este é descrito como uma espécie de inquisidor-mor — e que fez jus a esta condição, montando ao autor uma campanha de difamação e perseguição que culminou com uma operação de vigilância pidesca. simplesmente inacreditável. As três conversas com Álvaro Cunhal (ver pré-publicação) são um elemento indispensável para a compreensão da sua personalidade. O livro está recheado de afirmações atribuídas a pessoas não identificadas. Compreende-se até certo ponto — mas não deixa de ser uma debilidade. Pena também que não seja publicada a lista das três centenas de subscritores do documento da Terceira Via, que faz parte dos numerosos anexos.Após o congresso, a ruptura era inevitável. A última gota acabou por ser a tentativa de golpe de Estado em Moscovo, em Agosto de 1991.
EXPRESSO actual - 2007-05-05 (3)

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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A SINFONIA DA MORTE - CARLOS LOURES


O LIVRO
A Sinfonia da Morte , terceiro romance do autor, utilizando como pano de fundo o tema do Regicídio de 1908 e a escaldante situação política em Portugal na primeira década do século XX, traça-nos uma interessante trama ficcionística, onde são colocadas questões eternas, tais como a existência ou a inexistência de Deus, a prevalência (ou não) do amor sobre os interesses materiais, a vitória ou a derrota da bondade na sua luta contra a ferocidade que o homem herdou da sua condição animal. Esta obra é uma co-edição da Âncora Editora com as Edições Colibri.
O AUTOR
Nasce em Lisboa, na freguesia de Santa Justa, em Outubro de 1937.
Entre 1958 e 1960 é um dos coordenadores da revista «Pirâmide», da qual são publicados três números. Nestes cadernos colaboram numerosos escritores, na sua maior parte ligados ao movimento surrealista: Mário Cesariny de Vasconcelos, Luiz Pacheco, Herberto Hélder, Pedro Oom, António José Forte, Ernesto Sampaio, Manuel de Castro, etc. Ali se publicam também inéditos de Raul Leal, figura do «Orpheu», e de António Maria Lisboa.
Em 1962 publica a sua primeira colectânea de poemas, «Arcano Solar» (Círculo de Cultura Ibero-americana), onde é visível a influência dos seus mestres surrealistas. Revelando um forte compromisso ideológico, «A Voz e o Sangue» (Novo Rumo, Tomar, 1968), violento libelo contra a ditadura, é apreendido e vale ao autor seis meses de prisão. Dentro da mesma linha de um realismo socialista, «A Poesia Deve Ser Feita Por Todos» (Ulmeiro, 1970), é também apreendido pela polícia política. Em 1990 publica nova colectânea poética, «O Cárcere e o Prado Luminoso» (Edições Salamandra, Lisboa).
Em 1985 estreia-se como ficcionista com o romance «Talvez um Grito» (Edições Salamandra), obra distinguida pelo júri do Prémio Diário de Notícias. Em 1995 publica o seu segundo romance «A Mão Incendiada» (Edições Colibri, Lisboa).
Além das obras referidas, publica ainda: «No Centenário de Romain Rolland» (Crónicas de Autores Portugueses, Portugália, Cosmos, Livros do Brasil, 1967), «Antologia da Poesia Contemporânea de Trás-os-Montes e Alto Douro» (Setentrião, Vila Real, 1968), «O Ministério do Amor», teatro (Nova Realidade, Tomar, 1970). Em colaboração com Manuel Simões, publica também três antologias poéticas de autores portugueses ¾ «Hiroxima» (Nova Realidade, 1967), «Vietname» (idem, 1970) e «Poemabril» (idem, 1.ª edição em 1984). Mais um romance publicado em Janeiro de 2008: A SINFONIA DA MORTE.
Entre 1964 e 1966, teve a seu cargo a secção de crítica de poesia do «Jornal de Notícias» do Porto. Foi funcionário da Radiotelevisão Portuguesa e da Fundação Calouste Gulbenkian e director executivo de uma editora do grupo Hachette, de Paris. Diplomado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, exerce actualmente a profissão de editor.
No site Vidaslusofonas colabora com as seguintes biografias:
Antero de Quental, D. João II, Eça de Queirós, Fernão Lopes, Napoleão Bonaparte, Salgueiro Maia, Santos-Dumont, Gualdino Gomes, Raul Brandão, Guilherme de Azevedo, Fialho de Almeida, Aquilino Ribeiro, José Pedro Machado

CAMINHOS PERDIDOS NA MADRUGADA - COSTA MONTEIRO



O LIVRO
Literáriamente Costa Monteiro já tem várias obras publicadas mas são para as cuja acção se desenrola em Moçambique que chamo a vossa atenção: "TRAVESSIA" e "CAMINHOS PERDIDOS NA MADRUGADA". No seu essencial entre Cabo Delgado e a Zambézia. Retrato de uma época que não mais se apagará da memória de quem a viveu, mas que urge dar a conhecer a todos os portugueses. Ao acaso, transcreve-se o Capítulo VI de "Caminhos Perdidos na Madrugada": Download CaminhosVI.doc Em relação a "TRAVESSIA", vejam: http://www.macua.org/livros/travessia.html
O AUTOR
Fernando da Costa Monteiro Vouga, nasceu em Lamego, em 1940. Após ter terminado os seus estudos liceais, alistou-se como voluntário no Exército, tendo ingressado na Academia Militar onde frequentou o curso de Cavalaria.Promovido a oficial, foi colocado em várias unidades da sua arma. Fez três comissões em África nos três teatros de guerra. Depois desempenhou diversas funções, em que se destacam oito anos como professor do Instituto de Altos Estudos Militares, em Lisboa.Frequentou cursos profissionais, dois dos quais nos Estados Unidos. Terminou a sua carreira militar como oficial de ligação junto à Agência Logística da OTAN, no Luxemburgo, com o posto de coronel. Reformou-se aos cinquenta e dois anos.

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26-01-2006 in Histórias de outros tempos, Letras e artes - Cultura